Grupo Cultural Meninas de Sinhá

A Organização Social Grupo Cultural Meninas de Sinhá realiza projetos de assistência social e cultural. Mantêm o grupo de Cantadeiras Meninas de Sinhá e realiza diversas atividades com a comunidade.

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A OSC Meninas de Sinhá

O Grupo Cultural Meninas de Sinhá é uma Organização da Sociedade Civil (OSC) que tem o propósito de promover o bem social de comunidades carentes, o resgate de memórias, valorização e registros dos saberes dos idosos, preservação da cultura popular, reconhecimento, integração e elevação da autoestima do idoso na sociedade atual, por meio de atividades culturais de entretenimento e oficinas.

O grupo foi criado por Dona Valdete e mulheres idosas e envelhecentes em 1996, residentes no bairro Alto Vera Cruz e imediações, periferia leste de Belo Horizonte, Minas Gerais. Desde então, esse grupo se apresenta como as cantadeiras Meninas de Sinhá, levando cantigas tradicionais, versos populares e oficinas à varias instituições.

 

História do Grupo Cultural Meninas de Sinhá

Tudo começou em 1996, quando Valdete da Silva Cordeiro que, trabalhava no CIAME – Centro de Atendimento ao Menor do bairro Alto Vera Cruz em Belo Horizonte, passava sempre em frente ao posto de saúde e observava várias mulheres saindo com sacolas de remédios contra depressão, insônia e outros males. Inconformada com aquilo, Valdete resolveu chamá-las pra uma conversa, sem muitas pretensões… assim, cada uma falava e ouvia sobre seus problemas, se apoiavam e se sustentavam emocionalmente, entendiam os desafios de suas vidas mas criava-se ali uma rede de apoio.

Além das conversas, as mulheres foram fazendo outras atividades como artesanato inclusive comercializando tapetes e bonecas, fazendo biodança, brincadeiras e cirandas. Essas atividades mudaram o astral daquelas mulheres, que agora estavam felizes e fortalecidas como grupo. Dessas vivências, nasceu a vontade de cantar, preservar e divulgar cada vez mais essa cultura popular e suas próprias memórias de infância.

O exemplo de superação, força e alegria dessas mulheres caracteriza o grupo de cantadeiras Meninas de Sinhá. Cumprem um papel de preservação cultural e social na comunidade, levando shows, oficinas e suas próprias histórias a Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), escolas, presídios e vários palcos no Brasil e até no exterior.

 

Vídeo das cantadeiras Meninas de Sinhá, exemplo de compromisso sociocultural. (Realizado por alunos da Universidade FUMEC)

 

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Valdete da Silva Cordeiro - A fundadora

Valdete da Silva Cordeiro nasceu na cidade de Barra na Bahia e mudou-se para Belo Horizonte ainda criança, após o falecimento de seus pais e a adoção pelos seus padrinhos. Nasceu em 1938 e faleceu em 14 de janeiro de 2014.

Valdete sempre acreditou no trabalho em grupo, no apoio mútuo, na solidariedade como forma de transformar a realidade à sua volta. Recebia a todos com seu sorriso aberto e franco, mas não deixava de dar o seu recado a quem quer que fosse.

Mulher empreendedora e criativa, pelo desconhecimento do registro oficial, inventou até sua data de nascimento, escolhendo dia 7 de setembro de 1938. Seus pais morreram muito antes dela fixar lembrança deles, e desde então ela foi inventando a sua vida, como também seu sobrenome: se batizou como Silva. Assim, Valdete da Silva se reinventou e, ao se casar com Daniel Cordeiro, acrescentou o sobrenome do marido. Teve 4 filhos naturais e adotou 1 menino, teve uma vida abundante e de muito trabalho por sua comunidade em toda a sua vida.

Atuação da OSC

A Organização Social Civil (OSC) é formada por mulheres com idades entre 60 e 87 anos de origem simples e humilde, residentes no bairro Alto Vera Cruz e imediações, periferia leste da cidade de Belo Horizonte – Minas Gerais. Possui 26 anos de história e trabalho com a comunidade carente, idosa e envelhescente.

A instituição promove o compartilhamento de experiências e convívio do grupo de mulheres idosas, que se apoiam social e emocionalmente. Elevam a autoestima do próprio grupo e do público idoso e envelhescente com os quais trabalham. Também preservam a cultura popular, seja com músicas, cantigas de roda, versos, brincadeiras, oficinas ou com suas próprias histórias de vida. O grupo realiza várias atividades de assistência social, levando a arte e exemplo para a população idosa em outros espaços, como nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), presídios, escolas e centros culturais.

A OSC é referência no trabalho de resgate de memórias e saberes dos idosos e preservação da história do crescimento da cidade de Belo Horizonte.

Já realizou importantes projetos como:

Sabor da Memória – Fundo Municipal do Idoso

Encontro Longeviver – Fundo Municipal do Idoso

Música que Transforma – Fundo Municipal do Idoso

Balaio de Sinhá: Raiz, Agulha, Rosário e Pião – Lei Estadual de Incentivo à Cultura

Semeando e Colhendo Resultados – Lei Estadual de Incentivo à Cultura

O grupo de cantadeiras já realizou shows e oficinas em mais de 30 cidades do Brasil, além de participar por duas vezes no Brave Festival em Wroclaw/Polônia.

Missão

Reconhecer, valorizar e fortalecer o potencial do público idoso e envelhescentes na cidade de Belo Horizonte, principalmente na comunidade do Alto Vera Cruz e do grupo de cantadeiras Meninas de Sinhá, realizando atividades sociais, culturais e oficinas para o desenvolvimento pessoal, empoderamento e geração de renda.

Valores

  • Zelar pela continuidade e manutenção das cantadeiras Meninas de Sinhá;
  • Fomentar o conhecimento e potencialidades de pessoas acima de 50 anos;
  • Ter responsabilidade sociocultural  perante a comunidade apoiando, contribuindo e envolvendo-se em ações para o seu fortalecimento;
  • Ser transparente na execução de seus projetos.
  • Respeitar à diversidade de idade, gênero, raça, classe social e religião

Metas

  • Ampliar sua atuação em Belo Horizonte – Minas Gerais.
  • Estabelecer-se em uma sede própria.
  • Ampliar o atendimento social na comunidade.
  • Apoiar projetos na comunidade.

As Cantadeiras Meninas de Sinhá

Alegria, leveza e inspiração, é o que as Cantadeiras Meninas de Sinhá levam quando se apresentam com suas saias rodadas e flores no cabelo. São mulheres com mais de 60 anos que tocam, dançam e cantam com graça e ânimo para a vida, reforçando a cultura e a ancestralidade feminina por onde passam.

Tudo começou em 1996, quando Valdete da Silva Cordeiro criou um grupo com as mulheres do Alto Vera Cruz, bairro de periferia de Belo Horizonte, com o objetivo de se auxiliarem nos problemas cotidianos. Nesses encontros elas compartilhavam experiências, elevavam suas autoestimas e obtinham o apoio social e emocional que precisavam para se reposicionarem perante as dificuldades. Por meio de brincadeiras, versos e cantigas de roda começaram a cantar e dançar músicas da cultura popular. Mas Valdete não parou por ai, não bastava apenas ao grupo das cantadeiras ter propósito e alegria de viver, então começou a visitar escolas, lares de idosos e presídios e assim compartilhar com música, vivências e oficinas a história daquelas mulheres.

Hoje as cantadeiras Meninas de Sinhá são referência do protagonismo da mulher idosa, negra e de periferia. O grupo leva o exemplo de superação, determinação, preservação dos saberes ancestrais e da cultura popular. Plantam a semente da valorização das potencialidades da pessoa idosa por onde passam.

Elas fazem shows e também promovem oficinas lúdicas e sobre memórias afetivas para diversos públicos, em instituições dedicadas a trabalhos sociais, educacionais, culturais, e também para empresas.

Atualmente são 21 cantadeiras residentes dos bairros Alto Vera Cruz e imediações.

As Bordadeiras

As aulas de bordado foram iniciadas em 2015 por meio de projeto de oficinas sob a Lei Estadual de Incentivo à Cultura com a professora Théa Lages. Desde então o grupo continuou constante com a professora Tatiana Sansi, por meio do Fundo Municipal do Idoso e de parceiros e doadores como o cantor Anthonio Marra e o Grupo de Amigos das Meninas. A oficina gerou diversos produtos que foram comercializados na loja virtual no instagram @dsinha e agora aqui pelo site, gerando sustentabilidade para as participantes.

 

Oficina de Bordado

Foto de Ligia Nassif

Oficina de Bordado

Foto de Ligia Nassif